domingo, 30 de março de 2008

Aqui... dessa forma tão particular
quero andar no seguro
vou trilhando o que acredito
quebro a cara quando preciso
me surpreendo com os erros a serem repetidos
Escuto conselhos falíveis
Defino por mim mesmo as leis
Descubro que em mim há chão
Preciso confiar no espelho
Preciso aprender a aprender
Faço corrente com os que amo,
construo asas
Ofereço minhas mãos
Tudo em mim e tudo lá fora...
Completude vigora
Crescer?chegou a hora!

Minha casa - Zeca Baleiro

É mais fácil
Cultuar os mortos
Que os vivos
Mais fácil viver
De sombras que de sóis
É mais fácil
Mimeografar o passado
Que imprimir o futuro...

Não quero ser triste
Como o poeta que envelhece
Lendo Maiakóvski
Na loja de conveniência
Não quero ser alegre
Como o cão que sai a passear
Com o seu dono alegre
Sob o sol de domingo...

Nem quero ser estanque
Como quem constrói estradas
E não anda
Quero no escuro
Como um cego tatear
Estrelas distraídas
Quero no escuro
Como um cego tatear
Estrelas distraídas...

Amoras silvestres
No passeio público
Amores secretos
Debaixo dos guarda-chuvas
Tempestades que não param
Pára-raios quem não tem
Mesmo que não venha o trem
Não posso parar
Tempestades que não param
Pára-raios quem não tem
Mesmo que não venha o trem
Não posso parar...

Veja o mundo passar
Como passa
Uma escola de samba
Que atravessa
Pergunto onde estão
Teus tamborins?
Pergunto onde estão
Teus tamborins?
Sentado na porta
De minha casa
A mesma e única casa
A casa onde eu sempre morei
A casa onde eu sempre morei
A casa onde eu sempre morei...



Só para constar que foi por causa dessa música que quis ler Maiakóvski. Obrigada por me ajudarem na construção da minha casa.




sexta-feira, 28 de março de 2008

Eu hoje acordei tão só
Mais só do que eu merecia
Olhei pro meu espelho e ah....
Gritei o que eu mais queria
Na fresta da minha janela
Raiou, vazou a luz do dia
Entrou sem me pedir licença
Querendo me servir de guia

Na fresta da minha janela
Raiou, vazou a luz do dia
Entrou sem me pedir licença
Querendo me servir de guia

Eu que já sabia tudo
Das rotas da astrologia
Dancei e a cabeça tonta
O meu reinado não previa
Olhei pro meu espelho e ah....
Meu grito não me convencia
Princesa eu sei que sou pra sempre
Mas sempre não é todo dia

Olhei pro meu espelho e ah....
Meu grito não me convencia
Princesa eu sei que sou pra sempre
Mas sempre não é todo dia

Botei o meu nariz a postos
Pro faro e pro que vicia
Senti teu cheiro na semente
Que a manhã me oferecia
Eu hoje acordei tão só
Mais só do que eu merecia
Eu acho que será pra sempre
Mas sempre não é todo dia

Eu hoje acordei tão só
Mais só do que eu merecia
Eu acho que será pra sempre
Mas sempre não é todo dia

Composição: Oswaldo Montenegro / Mongol

Luzes dos meus dias cinzentos.

sábado, 22 de março de 2008

catarse.......

Não tem preço...
Experimentar a languidez de um dia nublado e beleza de ser verdadeiro sem ser cobrado por isso.O vinho podia até ser péssimo,mas a doçura transcende e a gente se sente confortável em ser esxatamente como somos
Obrigada.Bendita a existência de vocês.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Ser melancia


No começo eu não entendia muito bem: Por que melancia? Poderia muito bem ser maçã, morango, pêssego ou até mesmo abacaxi. Confesso que até hoje não entendo muito bem, embora tenha várias hipóteses (algumas testáveis, outras não). Era um caderno verde e havia a assinatura de várias pessoas na capa. Eu, obviamente, assinei também, mas nem sabia que era com naquela assinatura que eu me legitimaria uma melancia (isso me contarem depois).

Falo por mim. O que era para ser uma pequena brincadeira (de ser melancia), transformou-se em algo verdadeiro e inexplicavelmente místico. Só algo muito sobrenatural para explicar as voltas que a vida dá e as pessoas que ela coloca no nosso caminho. E olhando para minha vida hoje, vejo que eu não poderia ser mais feliz. E mais completa. Nunca senti tão bem a sensação de estar no lugar certo, com as pessoas certas, na hora certa e com os sentimentos sempre tão à flor da pele, instigados por elas.

Começo a acreditar nessa história de que a gente se constrói através do outro e da linguagem, historicamente falando. Pois com elas (as minhas melancias), eu sou tão naturamente eu, que às vezes me surprrendo. E me emociono sempre ao vê-as e sentí-las perto de mim, embora muitas vezes eu não diga - só sinta, e ninguém perceba ou compreenda exatamente isso.

Das palavras que ficam - todas outras me escapam nesse momento - restam 3. Palavras tão bem usadas entre nós, acredito que nunca perderão seu valor diante da banalização que o mundo faz delas. Eu amo vocês, minhas amigas melancias. E eu sei que vocês sentem o que vem do meu coração.


Foto: Graça Loureiro

quinta-feira, 20 de março de 2008

Todas de mãos dads

Carlos Drummond de
Andrade


Mãos dadas

Não serei o
poeta de um mundo caduco.Também não cantarei o mundo futuro.Estou preso à vida e
olho meus companheirosEstão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.Entre eles,
considere a enorme realidade.O presente é tão grande, não nos afastemos.Não nos
afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma
mulher, de uma
história.Não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.Não
distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.Não fugirei para ilhas nem serei
raptado por serafins.O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens
presentes,a vida presente.

terça-feira, 11 de março de 2008

O meu olhar.

O meu olhar é nítido como um girassol
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda
E, de vez em quando, olhando para trás
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto
E eu sei dar por isso muito bem
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer
Reparasse que nascera deveras
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo

Creio no mundo como num mal-me-quer
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender

O mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar
Amar é a Eterna inocência
E a única inocência não pensar.

[Alberto Caeiro - O meu olhar]


Que nossos olhos enxerguem sempre a beleza que existe em nós e no mundo.
Melancias queridas. ♥

sexta-feira, 7 de março de 2008

E não é somente o aqui agora...tenho certeza
Obrigada por vocês existirem.

terça-feira, 4 de março de 2008

Ser melancia




O que é ser melancia?


nada tem a ver com gostar ou não desta fruta,eu por exemplo Odeio melancia.


Ser melancia:


é ser LOST


é ter amores mal resolvidos


é ter "CHANCES' em lugares [in]esperados


é falar besteira sóbrea ou não


é compartilhar


é rir


é AMAR




Não se aprende a ser uma Melancia,já se nasce sendo uma...

Quero deixar registrado que TODAS as melancias tem um lugar mais que especial no meu coração FOREVER...



=D
Quando o sol saiu ainda com o frescor típico da manhã, ela correu descalça pela casa.Atravessou correndo o corredor , a sala e a varanda.Queria pisar na terra.O vento passou por seu rosto.Era boa a sensação.Ela quase dançava no vento( e com ele).Ela jogava as mãos como se nelas houvesse sementes.Como se aquele momento fosse seu. E por ser somente seu era sagrado.Planta sonhos na aridez do solo, da realidade.De longe ele a observa e nada diz.Mas pensa que é melhor não lhe dar a mão.Ela pode achar que é mais do que parece ser.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Bem-vindas, melancias queridas!
olá